Quinze dias após PT e PTB anunciarem que são a “nova oposição” na Assembleia Legislativa e se comprometerem a fiscalizar o ex-aliado governo estadual, o plenário da Casa testemunhou, ontem, que ainda são três tucanos – que formam, hoje, o grupo independente do PSDB, partido que aderiu à base governista – as vozes oposicionistas mais contundentes e incômodas no Legislativo. Os deputados Terezinha Nunes, Daniel Coelho e Betinho Gomes, do PSDB, voltaram a denunciar o abandono do Presídio de Itaquitinga, que deveria ter recebido os presos de Itamaracá em 2011, e acusaram o sistema prisional do Estado de “caótico”.
Desacostumados com a oposição, os petistas Teresa Leitão e Sérgio Leite – líder da bancada – reforçaram o ataque, mas optando por um tom brando nas palavras, e os petebistas sequer saíram do silêncio para apartear. Em meio à troca de posições, o ex-petista e ex-secretário dos Transportes Isaltino Nascimento, agora vice-líder do governo, foi o primeiro a reagir, adotando o tom “bateu, levou”, um dia depois de insinuar na Casa que a União poderia estar retaliando o Estado, por não repassar recursos para a navegabilidade do Rio Capibaribe, em razão do projeto presidencial de Eduardo Campos (PSB).
A obra do Presídio de Itaquitinga, na Mata Norte, está parada há dois anos. Foi a primeira parceria público-privado (PPP) estadual. A antiga oposição (PSDB/DEM) chegou a fazer blitz para denunciar o abandono. “O Consórcio Reintegra Brasil bancaria R$ 350 milhões na construção. A Advance, principal empresa, faliu e deu calote de R$ 50 milhões nos fornecedores. A DAG Construtora assumiu, mas não aguentou o custo. É preciso que o governo do Estado cumpra o seu papel e encontre uma solução”, cobrou Terezinha Nunes.
“Proponho uma audiência pública. O projeto tem a ver com o turismo em Itamaracá”, aparteou Teresa Leitão (PT). “As PPPs dos presídios deram muito certo em São Paulo e Minas (governos tucanos). Aqui, não deu certo”, provocou Daniel Coelho. “É um problema que incomoda os 27 governos no País. Falar sobre isso em São Paulo e Minas não deve ser coisa fácil. Não cabe comparar”, duvidou Aluísio Lessa (PSB). “O governo não pode assumir essa dívida. Ela é privada”, alegou o líder Waldemar Borges (PSB).
O ex-petista Isaltino Nascimento rebateu as críticas com números: “Inauguramos 400 vagas no Cotel; em maio, serão 180 em Santa Cruz do Capibaribe; em junho, 500 no Aníbal Bruno (Recife); em julho, 900 em Tacaimbó. Qualquer temática que vier para questionar o governo, iremos esclarecer”, prometeu.
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