O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, fala com a imprensa após encontro com a presidenta Dilma. |
Na reunião, Dilma decidiu enviar o ministro da Saúde,
Marcelo Castro, técnicos do ministério e da Defesa Civil a Pernambuco na
segunda-feira (30) para uma reunião com prefeitos, organizada pelo governo
estadual. Segundo Câmara, Dilma demonstrou “muita preocupação” com o
crescimento dos casos de microcefalia e se prontificou a fazer uma visita a
Pernambuco quando retornar de viagens internacionais nas próximas semanas.
“Senti por parte da presidenta todo o desejo de nos
ajudar, de ajudar o Nordeste, de colocar sua equipe à disposição”, disse
Câmara. “É um momento de mobilização nacional. É uma questão que está
concentrada no Nordeste, mas que pode muito bem chegar a outros estados numa
velocidade que também pode preocupar”, completou.
Causas
O governo ainda não identificou a causa do aumento
recente de casos de microcefalia, principalmente em estados do Nordeste, mas a
principal hipótese é que o crescimento esteja associado à ocorrência do vírus
zika em gestantes. Não há casos na medicina que comprovem a relação, mas
pesquisas, como uma da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), constataram a presença
do genoma do vírus em mães que tiveram bebês com microcefalia. O Zika é transmitido
pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo
vetor da dengue.
De acordo com Câmara, se a hipótese for confirmada, a
ação de combate ao mosquito precisa ser fortalecida imediatamente, antes da
chegada do verão, quando aumentam os casos de dengue e outras doenças
transmitidas pelo Aedes aegypti.
“Caso realmente o zika seja o responsável pelo aumento do
número de crianças nascendo com microcefalia, vamos precisar fazer uma ação
muito grande de combate ao mosquito. Temos que ir aos criadouros, que fazer um
amplo trabalho de comunicação com as pessoas no sentido de não deixar água
represada para proliferação de insetos, mosquitos. É uma força-tarefa que
precisa do apoio de todos nesse momento”, destacou.
Assistência
Além das medidas preventivas, Câmara disse que é preciso
garantir assistência aos bebês e às famílias, com apoio social e acesso a
tratamentos como fisioterapia. “Temos que ter uma preocupação muito grande com
assistência, com protocolos, para as pessoas saberem para onde encaminhar essas
mães, para as crianças terem tratamento adequado já nos primeiros meses de
vida.”
Segundo o governador, Dilma e ele não conversaram sobre
valores, mas avaliam que as ações de combate ao avanço da microcefalia vão
exigir recursos e pessoal.
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