PT nacional exige entrega de cargos dos governos do PSB

                                    Eduardo Granja criticou a resolução do PT nacional sobre os cargos

Quatro meses após o Diretório do PT de Pernambuco decidir pela entrega dos cargos ocupados por petistas no governo Eduardo Campos (PSB), a direção nacional do partido pressionou pelo cumprimento da medida. Nessa terça-feira, a Comissão Executiva Nacional aprovou, em Brasília, por unanimidade, resolução para que os filiados deixem imediatamente funções na gestão estadual e em todas as municipais comandadas por socialistas, decisão que pegou de surpresa lideranças locais, inclusive a presidente regional, deputada Teresa Leitão. Alguns acusam nova intervenção no Estado.

“Este foi o último passo. Em não acatando, a gente vai entrar com processo de expulsão. Na próxima reunião, em 1º de março (sábado de Carnaval), já vamos avaliar o cumprimento”, alertou a secretária Nacional de Coordenação Regional da sigla, Vivian Farias.

Levantamento da direção local apontou existência de pelo menos 20 petistas no Estado. Ainda há quadros nas Prefeituras do Recife e de Paulista. Na capital, estima-se que a Secretaria de Habitação – comandada pelo coordenador nacional de Esporte e Lazer do PT, Eduardo Granja – abrigue 30 filiados.

Como o documento oficial da Executiva não havia sido divulgado até as 20h, petistas ficaram sabendo da decisão pela imprensa. “Se for isso, se trata de intervenção da nacional em Pernambuco, o que é ruim. Estamos fazendo um esforço grande para construir unidade interna e somos surpreendidos com isso”, criticou Granja. Em 2012, com a falta de entendimento das forças locais em torno do nome que deveria disputar a PCR, decisão partindo de Brasília impôs o senador Humberto Costa.

Para o presidente do PT do Recife, Oscar Barreto, a determinação não ajuda o PT local: “O PT consegue transformar democracia em ditadura”. Vivan Farias argumenta que “tudo que concerne ao PT é tarefa do PT Nacional cuidar para que tenhamos os melhores encaminhamentos”.